segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Reflexão...

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sábado, 8 de novembro de 2008

Existe Racismo?

Marcelo Hermes perguntou em seu blog Ciência Brasil:

Gostaria de saber como ficam as cotas raciais em Pindorama nos próximos anos. Há universidades em que se discute ampliar as cotas (raciais e não-raciais) para 50% das vagas.

O motivo da questão é o lançamento do livro Humanidade Sem Raças? (Publifolha, 69 págs. R$ 12,90), do geneticista Sérgio D.J. Pena, da UFMG.

A resposta, que não é singular minha, mas de muitos que defendem as cotas, se baseia numa obviedade: a sociedade não é só ciência. Nenhum passo teórico do mundo da ciência tem impacto imediato nos outros âmbitos sociais. Vide teoria da evolução, que ainda hoje é contestada religiosa, moral e politicamente. Quantos e quantos conceitos são mal utilizados ou utilizados sem precisão no dia-a-dia.

Bom, no caso, a desconstrução do conceito de raça pela ciência não é propriamente uma novidade. Mas ele persiste como significado social. Ele é uma variável presente nas relações entre as pessoas que não pode ser negada. Deve ser combatida, mas não “negada”.

Fechar os olhos para a realidade cruel do racismo e tentar enchergar o mundo pelos resultados laboratoriais é um tipo de cegueira, da que fala Saramago.

Racismo é apenas o nome desse preconceito em função a cor da pele. E mudar seu nome, pela falta do conceito científico de raça, não vai fazer com que o preconceito deixe de existir, qualquer que seja o termo usado. A mudança social, para eliminar o racismo, precisa de mais empenho, não pode ficar nesse nível superficial da linguagem, tem que entrar no simbólico, no significado, no sentido social do termo.

Assim como esse estudo do Sérgio Pena, as cotas raciais são uma tentativa de desconstruir o racismo que, contra a ciência e contra a própria dignidade das pessoas, insiste em existir. O passo político de promover a igualdade material não é mais do que uma forma de fazer valer os esforços, de todas as ordens, que seguem advogando pela injustiça de nos separarmos pela fenotípica cor da pele.

Resposta dada, queria ver o Marcelo Hermes, ou qualquer seguidor do Reinaldo Azevedo, se manifestar sobre essa nota do site do Conselho Federal da OAB:

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, em nota divulgada hoje (27), congratulou-se com o futuro reitor da Universidade de Brasília (UnB), advogado José Geraldo de Sousa Júnior, que qualificou de “personagem emblemática na luta pelo fortalecimento do ensino jurídico no País”. Britto destaca ainda, sobre o novo reitor, que “suas idéias influenciaram gerações e estimularam a paixão pelo Direito e a resistência democrática, ao tempo da ditadura”.

Extraído do Blog Hiperfície - http://hiperficie.wordpress.com/2008/10/28/existe-racismo/

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"Ghost story" - Juiz Baltasar Garzón indicia Gen. Franco e seus capangas

Leia aqui: www.economist.com/world/europe/displaystory.cfm?story_id=12470581


O conhecido juiz espanhol Baltasar Garzón indiciou na semana passada o gen. Franco e seus ex-generais por crimes contra a humanidade. Todos já estão mortos.

Conforme diz a reportagem abaixo, publicada dias atrás no The Economist, "isso significa que é a história da Espanha que, na verdade, figura no processo". Vale a pela lê-la, para entender os fundamentos que levaram ao juiz a "testar os limites do Direito".

É um indício que pode clarear, para o Brasil e outros países que caminham na recuperação de seu passado histórico, que a finalidade do processo, nesses casos (crimes contra a humanidade), não é propriamente concluir pela punição/absolvição, mas um meio possível (há outros, também) de resgate/reconstrução da memória nacional (do passado), que trata de superar um momento doloroso sem implicar em seu esquecimento.

O debate está aí!

p.s:1) semana passada o governo Zapatero fez valer uma das principais medidas da Lei de Memória Histórica (aprovada ano passado) – conceder nacionalidade espanhola a descendentes espanhóis expatriados em razão das perseguições franquistas. 300.000 argentinos devem ser beneficiados.

sábado, 1 de novembro de 2008

'Marx nunca teve tanta razão', diz Saramago sobre crise financeira


              O escritor português José Saramago, ao analisar a atual crise do sistema capitalista, afirmou nesta segunda-feira que Karl Marx 'nunca teve tanta razão'.                 Foto:/AFP


Seg, 27 Out, 05h58

LISBOA (AFP) - O escritor português José Saramago, ao analisar a atual crise do sistema capitalista, afirmou nesta segunda-feira que Karl Marx "nunca teve tanta razão".

O escritor formulou esta declaração em uma entrevista coletiva sobre o lançamento do filme "Ensaio sobre a Cegueira", de Fernando Meirelles, em Lisboa

"Onde estava todo esse dinheiro (desbloqueado para resgatar os bancos)? Estava muito bem guardado. Logo apareceu, de repente, para salvar o quê? vidas? Não, os bancos", declarou o prêmio Nobel de Literatura de 1998.

"Marx nunca teve tanta razão como agora", ressaltou José Saramago, acrescentando que "as piores conseqüências ainda não se manifestaram" .

Ao ser ouvido sobre o vínculo entre o tema de seu romance e a crise financeira, o escritor respondeu que "sempre estamos mais ou menos cegos, sobretudo, para o fundamental" .

Nos seus 85 anos, José Saramago publicou dezenas de obras, entre prosa, poesia, ensaio e teatro.

Em agosto último, apenas recuperado de uma pneumonia, terminou de escrever seu último romance, "A viagem do elefante", uma história épica e jovial sobre o périplo de um elefante asiático pela Europa do século XVI.

Fonte: Agence France-Press

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A ameaça velada das armas nucleares

29/06/2008

Iminência do aumento do poderio nuclear bélico põe comunidade internacional em alerta.

Ricardo César


Quase 20 anos após a Guerra Fria e mais de 60 do ataque que devastou as cidades de Hiroshima e Nagasaki, o tema do armamento nuclear tem despertado muitas preocupações e polêmicas. Na última semana, ele esteve no centro das negociações da comunidade internacional.

Na segunda-feira, ministros da União Européia anunciaram a imposição de mais sanções econômicas contra o Irã, aumentando as pressões para que o país persa desista de seu programa nuclear, mesmo que não haja provas de que a nação o mantenha para fins bélicos. Mas o Irã não se deu por vencido e deixou claro que não irá retardar suas atividades nucleares.

Na quinta-feira, por outro lado, a comunidade internacional parece ter obtido uma vitória e comemorou quando a Coréia do Norte entregou um detalhado relatório sobre seu programa nuclear, cumprindo condições impostas pela União Européia e por outros países.

O presidente americano, George W. Bush, anunciou que retiraria a nação da lista de países que patrocinam o terror, o chamado “eixo do mal”. Um dia depois, a Coréia do Norte destruiu a torre de resfriamento da usina nuclear de Pyongyang, um símbolo de seu programa.

Mas a preocupação com o tema ainda é grande. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregado de zelar pelo cumprimento do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), 12 países conservam mais de 9,5 mil ogivas nucleares ativas.

Este aparato seria suficiente para a fabricação de armas atômicas mais devastadoras do que as destruíram as duas cidades japonesas durante a Segunda Guerra Mundial. Um estudo recente da AIEA revelou a existência de 5 mil toneladas de urânio altamente enriquecido e 450 mil toneladas de plutônio - elementos necessários para a fabricação de bombas - e de cerca de 500 incidentes de contrabando nuclear em 12 anos.

Consideradas fontes de energia limpa, as alternativas nucleares ainda são problemáticas, sobretudo, por se enrolarem na geopolítica. Quem as detêm em larga escala ocupa posição privilegiada no cenário internacional. O mais preocupante está na sua hipotética utilização bélica. Apenas 10% das armas atômicas existentes hoje seriam suficientes para extinguir toda forma de vida na Terra.

“O momento é preocupante. Acidentes nucleares podem acontecer a qualquer momento. Hoje, diante dos números e da detenção de armas nucleares por países da Ásia e do Oriente Médio, é possível perceber a desatualização do TNP, a única arma para se combater guerras nucleares no mundo”, diz o ex-ministro da Educação e da Ciência e Tecnologia durante o governo Collor (1990-92) e doutor em Engenharia Atômica, José Goldemberg, em entrevista ao POPULAR.

Apesar de nos últimos 30 anos o TNP ter evitado a multiplicação do número de países detentores de armas atômicas, atualmente cinco nações têm, declaradamente, dessas armas em grande escala: EUA, França, Rússia, Reino Unido e China. Todos são signatários do TNP. Índia, Paquistão e Coréia do Norte já fizeram testes nucleares com explosões subterrâneas de bombas. Os dois primeiros nunca assinaram o tratado. A Coréia do Norte, por sua vez, se retirou do TNP, em 2003.

Israel tem armamento nuclear, mas nunca fez testes com bombas e também não aderiu ao tratado. Irã, apesar de signatário, é suspeito de ter atividades nucleares militares e criticado por não torná-las transparente. Embora as cinco potências nucleares tenham orientações diplomáticas institucionalizadas, para Goldemberg, elas mantém uma política desigual. “Ao mesmo tempo em que recriminam outros países, essas cinco potências, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (únicas com poder de veto), não se atentam para se desfazerem de seus materiais”, diz Goldemberg.

Paquistão, Israel e Índia detém a tecnologia nuclear há cerca de 40 anos. Esses países não se submeteram a qualquer controle e a Índia é recompensada pelos EUA com um grande acordo de transferência de material e tecnologia atômica. “Os critérios morais não contam no âmbito nuclear mundial”, analisa o doutor em Engenharia Nuclear e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aquilino Senra.

Em 1974, os EUA condenaram o primeiro teste nuclear realizado com fins científicos por Nova Délhi, na época aliada da então União Soviética. Em 2006, no entanto, os EUA passaram a apoiar o país indiano. Isso causou uma corrida atômica pela China e Paquistão. “A aliança nuclear entre Índia e EUA tem um motivo estratégico maior: o isolamento da China, vista como a grande rival da hegemonia americana”, diz Senra.

Fonte: Jornal O Popular

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